...espasmos de lucidez podem gerar avalanches de idéias, ou não.

terça-feira, abril 27, 2010

Uma música em inglês.

Andava distraído pela rua quando percebi, mais a frente, um rapaz a entregar jornais... Daqueles que as pessoas fingem olhar com muita força para frente a fim de evitar pegar o tal papel sem dirigir uma palavra se quer.
Claro que não gosto de ser atolado de papéis entregues a esmo na rua; mas no geral acho triste a invisibilidade social que este tipo de indivíduo adquire. Aí, acabo aceitando e agradecendo.
Era um jornal de uma religião (não importa qual)... Tirando uma reportagem cômica, chamou-me mesmo a atenção uma singela coluna intitulada 'Não está tudo bem!' de Cristiane Cardoso. Fala sobre como a escritora abordou uma jovem de uma forma o tanto 'curiosa'. Mas o que me parece ser o cerne do texto diz respeito a seguinte parte:
"Existe uma música em inglês que diz 'don´t worry, be happy' ('não se preocupe, seja feliz') e tenho que dizer que tomei antipatia por essa música. É a atitude dessa geração de estar conformada com qualquer coisa que a vida apresenta."*
Será que a autora sabe que quem escreveu essa 'música em inglês' foi um jamaicano que colocou o Caribe no mapa mundial mostrando que há no arquipélago paradisíaco mais que mão-de-obra barata e hotéis super-luxuosos? Que é o mesmo cara que também cantava a plenos pulmões 'Levante, resista; lute pelos seus direitos! Levante, resista: não desista da luta!'¹?.
Olha, nem sou tão fã do Bob... Mas os versos atribuídos ao comodismo pela autora, são os mesmos que me serviram para soltar uns bons sorrisos em momentos tensos, onde o máximo que podia fazer era o meu melhor e não se preocupar com o resto, afinal 'cada coisinha, vai ficar bem'². Do alto de sua simplicidade, Robert Nesta Marley cantou poderosos versos de amor e paz em plena guerra fria, o que é suficiente para fazer-lhe ganhar pelo menos meu respeito.
Pensei em mandar tudo isso à autora, sugerindo-lhe tomar cuidado; tendo em vista a grande circulação do jornal religioso em questão...
Mas não, preferi fazer um 'pacto' mental: não dou pitaco em seu periódico em troca de não ser convidado com intermináveis palestras a converter-me.
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*Cópia literal do texto original
¹Música: Get Up, Stand Up - Bob Marley
²Música: Three Little Birds - Bob Marley

terça-feira, abril 20, 2010

Estou perdido..?

Esqueça as recomendações; entre em uma trilha que você pouco sabe a respeito, sozinho e sem um planejamento prévio.
Claro, se você tem problemas cardíacos, surta em estresse e não tem qualquer preparo físico; não é minha melhor sugestão. Mas, no geral, é uma experiência extasiante.
Os instintos ficam a mil, qualquer voo inesperado de pássaro é suficiente para que a pupila dilate e muita adrenalina entre na corrente sanguínea (vulgo cagaço).
Cada detalhe parece ser captado, cada passo é automatizado para que os sentidos atenham-se a todo o resto. É voltar às origens, tornar o corpo a única arma e proteção.
...e estou vivo! Provavelmente muito mais vivo que na maioria dos dias.
[...]
Estou perdido? Não.
Perdido estaria se estivesse em um trabalho que odiasse, em um curso onde estudar fosse um martírio, vivendo dias medíocres e repetitivos; totalmente jogado à inércia cotidiana. Seguindo por seguir, fazendo por fazer... Só porque não sei que caminho tomar adiante, não quer dizer que me perdera! Perdido significa estar contido em uma nuvem mental turva, onde ir e vir, voltar e continuar, confundem-se.
[...]
Os músculos doem em protesto, o suor parece sair de todos os poros do corpo, a bicicleta range ameaçadoramente nas paradas abruptas... Já nem ligo para os arranhões enquanto vou (voo) morro abaixo entre pedras e escorregões na lama em direção a qualquer coisa. Alguns metros abaixo enfim abre-se uma clareira; a Lagoa! Ah, nunca foste tão bela Dona Conceição.
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Aliás; odeio, pela ‘nova ortografia’, escrever ‘voo’ sem chapéu (acento circunflexo) e Amanda: amo você e, mais uma vez, obrigado pela bússola (pela primeira vez realmente precisei dela).

sexta-feira, abril 16, 2010

Aliás...

Só para constar, definitivamente não sou interessante.
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Não estou empolgado com a copa e não sei falar sobre futebol (se quer entendo o Impedimento).
Não tenho carro e também não estou economizando para isso.
Não tenho planos mirabolantes para contar de como vou para a casa do primo de um amigo meu no País de Gales para trabalhar uns tempos, para provavelmente decidir ficar por lá e ser chamado para trabalhar em uma multinacional, escrever um livro sobre a minha aventura, aparecer no Fantástico contando as minhas peripécias e ir morar em Búzios. 'Na boa, no máximo em agosto estou lá'.
Sei mais ou menos onde fica o baço.
Gosto de ir em sebos e não sou/não gosto de gente cult (incrível, não?).
Não posso contar como meus planos foram por água abaixo por ter brigado com o meu amigo (ia pra casa do primo, lembra?), a política de imigração de Gales mudou e a foto do passaporte ficou feia. 'Mas pro Canadá é de certeza!'.
Gosto de física mas não finjo que entendo mecânica quântica.
Adoro surfar, é um dos significados de minha parca existência; mas não acho que 'eu surfo e intendu pra car***, vaza daqui haole!1! Pregoooooooooo!!' (sic).
Por sinal, sei a origem e a etmologia da palavra haole. ("Sério? Jurava que era só um grunhido...").
Fiz um curso de eletrônica e comecei a estudar engenharia elétrica; mas não, não sei consertar a sua televisão.
Nunca pixei um muro.
Não curto banho quente.
(...)
Batata frita na madrugada conta como 'balada'? Se não, nem isso...
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É, nem todos podem ser o divertido da galera...
Mas ei, 'já falei que escrevo em um blog?'.

O contexto.

Sabe aquela piada que 'na hora foi engraçado'? Ou aquele comentário que foi 'perfeito para o momento'?
Isso se chama pertinência; a maior parte das coisas não é pertinente (ou se quer tem sentido) fora de contexto.
Portanto fora deste envoltório circunstancial, banca-se o idiota.
Mais ou menos como foi o outro texto (Abril 13);
'adolescentezinho revoltãdo com o sistema, poh' (sic).
He, he...
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Há coisas que concordo claro, mas está fora de contexto.
Vou pensar melhor antes de copiar algo do caderninho.
E aproveito para compartilhar o ensinamento. ;]
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[aliás, apaguei-o! 'Sabe como é'...]

terça-feira, abril 13, 2010

Bucólica liberdade ou longínqua solidão?

quarta-feira, abril 07, 2010

Won´t get fooled again

The Who, uma das mais famosas bandas britânicas...
Para muitos uma das melhores bandas de rock´n´roll da humanidade.
Pessoalmente detenho-me no 'massa, cara'; nada que me faça matar o vizinho por discordar...
Mas estava eu, a algum tempo atrás já, ouvindo-os enquanto ocupava-me com coisas aleatórias do quotidiano. Foi quando aconteceu...
Quase um minuto apenas de teclado; um theme divertido, característico, legal.
De repente uma virada na bateria... Depois outra, a preencher aquele vazio...
Ficando forte, poderoso...
O berro... O incrível berro...
A apoteose, o regozijo, a pira, o conjunto... Demais!
[...]
Devo ter repetido o mesmo trecho umas quinze vezes seguidas...
Aquele quadragésimo quinto segundo do sétimo minuto... [07:45, para os desavisados]
Eis a mesma versão que estava ouvindo para os curiosos e apreciadores:
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Berro, você é um anjo, uma salvação, um espasmo de lucidez, você é Elvis, é eterno nos cinco segundos e maravilhoso.
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As coisas por aqui andavam muito reflexivas, beirando o melancólico pé-no-saco;
então um post suficientemente desprovido de profundidade.
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[Então, talvez nem seja isso tudo... Mas realmente PIREI quando ouvi. As quinze vezes seguidas...]

yaz