...espasmos de lucidez podem gerar avalanches de idéias, ou não.

sexta-feira, março 12, 2010

Florianópolis, 12 de dezembro de 2009
19:25 ; No other way - Jack Johnson
O horário de verão permite que ainda haja um brilho natural lá fora...
Pela porta aberta vejo um quadro em tons de cinza... Chove manso, gradativamente mais forte.
Há pouco encontrei um besouro ao chão; achava estar morto, mas ao cutucar-lhe notei um singelo movimento de patas em protesto.
Ainda pensava em guardar aquela bela carapaça negra antes de reparar seu estado agonizante...
[caralho, agora chove muito]
Ele está apenas anestesiado.
E o besouro era eu.
(não, não estou doidão; é uma metáfora)
Estou anestesiado, em estado latente...
Sinto minha mente em um limbo flutuante indistinguível.
Trata-se de uma das poucas e desconfortáveis vezes que troquei o 'viver' para o automatizado e estéril:
Existir, verbo intransitivo.
Até a metódica lingua portuguesa colocou uma crítica à ignóbil situação humana.
[Que conveniente e bizarro, lembra da chuva? Abruptalmente ela diminuiu, permitindo o sol jorrar como um canhão de luz e formar um incrivelmente belo arco-íris; como há muito não via...]
Então, ao chinelo depositei o dito besouro e coloquei-o no canteiro para que reaja a vida e volte de seu estado de semi-coma....
E o arco Íris foi o meu chinelo.

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